Nunca vamos nos acostumar com a morte das pessoas. Sempre vamos lamentar as ausências, mas, ao mesmo tempo, nas perdas, é quando reforçamos a certeza de um mundo melhor. Perdemos, nesses dias, inspiradores da luta por igualdade. Mas os momentos de tristeza, paradoxalmente, servem para animar a caminhada. As mortes, de Dom Angélico e do Papa Francisco, cumprem o papel de aumentar a responsabilidade dos que ficam. O mundo e o futuro serão mais justos, por causa do bispo dos operários e do papa dos pobres. Suas memórias serão honradas, sempre, através da luta pela igualdade.
O que acumulamos, durante milênios de civilização, só pode nos conduzir para a democracia e para a paz. A representação política, no entanto, elege mandatários públicos que contrariam o bom senso. Não são poucas as pessoas que ocupam mandatos eletivos e que, ao mesmo tempo, defendem o horror das ditaduras e o extermínio de pessoas. No Brasil, por exemplo, vivemos o paradoxo da iminente prisão do “coiso” e a eleição de gente apoiada por ele. A influência do poder econômico é responsável pela presença de representantes do capitalismo no aparato público, mas algumas ideias são inaceitáveis, como é o caso da resistência inexplicável em regulamentar o funcionamento das “big-techs".
O aprofundamento da exploração capitalista reúne uma aliança integrada por fascistas insanos, rentistas do mercado financeiro, e empresários que se beneficiam de políticas públicas do governo do presidente Lula. Pretendem a derrubada do projeto democrático e popular, e nunca descartam a alternativa de um golpe. Para enfrentar a ampla aliança liberal, é essencial a construção de uma frente, semelhante à que existiu, no final da ditadura implantada pelo golpe de 1964. Nunca teremos a ilusão de que os integrantes da frente progressista e democrática defenderão as mesmas teses que nós, mas, ao menos, queremos que nossos aliados sejam defensores da democracia e da civilização.
A juventude, em geral, concentra suas preocupações na própria carreira. É flagrante, por exemplo, a necessidade de sucesso financeiro. Para dialogar com essa busca, há várias propostas, na internet, de enriquecimento individual. Influenciadores e treinadores enriquecem, divulgando cursos e recolhendo inscrições, sem viabilizar o que prometem. A ideia deles é enriquecer, por causa da enganação e, ao mesmo tempo, querem cumprir o papel de substituir políticas públicas de inclusão educacional. É urgente a popularização de programas coletivos (como o “ProUni” e o “Pé de Meia”) para enfrentar as falácias do fascismo, e para promover o desenvolvimento de todas as pessoas.
A disseminação de notícias falsas, representa mais lucros, para os donos das plataformas; e monetização para autores de postagens. O controle privado, de empresas estatais, é outro negócio muito lucrativo. Promotores de privatizações estão possibilitando que empresários vivam em um “capitalismo sem risco”. As pessoas precisam de água e de energia elétrica. O capitalismo já é ruim, para a maioria das pessoas, mas eliminar o risco significa amplificar a crueldade. Nos casos da água, do esgoto e da energia elétrica, o monopólio é evidente. Fornecedores e prestadores de serviços são os mesmos. Na origem de notícias falsas e de privatizações desenfreadas, está o mesmo fascismo.
Uma referência para todas as pessoas que tiveram o privilégio de conviver com ele... tenho o orgulho de ter sido aprendiz dele... espero ser suficientemente militante para honrar a memória dele...
A previsão, manifestada por Francis Fukuyama, de que, com a queda do muro de Berlim, teria ocorrido uma espécie de “fim da história”, nunca se confirmou, mas os defensores do capitalismo liberal continuam insistindo. O anticomunismo conta com o apoio explícito das big-techs. Mentiras e absurdos do fascismo se tornaram métodos de disputa política. A previsão de sucesso absoluto do capitalismo não se realizou, por causa da atuação de socialistas e democratas, mas essa aliança precisa se tornar mais efetiva. A tarefa mais importante, neste momento, deve ser a de construir um mundo de igualdade. Além de barrar a previsão do Fukuyama, temos o papel de fazer uma nova história.
Absurdos e mentiras são marcas perceptíveis do fascismo brasileiro. Espera-se, no entanto, que esses predicados execráveis, nunca sejam acompanhados mas, desgraçadamente, não é isso o que vem ocorrendo. O “coiso”, mesmo inelegível e prestes a ser preso, apoiou a reeleição do prefeito da maior cidade do país. O candidato apoiado pelo “coiso” foi reeleito. O povo paulistano está convivendo com um privatismo desenfreado, e sofre, por exemplo, com aumentos sucessivos nas contas de água. Absurdos e mentiras garantem o diálogo com a parcela mais desinformada da população, mas a vitória eleitoral de seguidores do “coiso” serve para implantar um projeto contra a maioria do povo.
O SUS, na pandemia, representou uma possibilidade concreta de amenizar os efeitos do vírus e de evitar uma tragédia ainda maior. O Sistema Único de Saúde, entretanto, é muito maior que o atendimento das UBS's e UPA's. O SUS se dedica a procedimentos complexos (como vacinações, transplantes e tratamentos) mas, principalmente, atende a todas as pessoas, indistintamente. É óbvio que temos que superar alguns desafios e dificuldades. Parte da remuneração do SUS está sendo apropriada por empresas de saúde privada. Meios de comunicação e celebridades, de olho na publicidade dessas empresas, sempre tentam, descredibilizá-lo. O SUS é uma conquista do povo, e deve ser fortalecido.
Ainda que ele seja um dos grandes inimigos do SUS, quis o destino que o “coiso” fosse socorrido graças à saúde pública. Brasileiros, que estavam nos Estados Unidos, foram expulsos, e a ministra dos Direitos Humanos foi receber os refugiados. O “coiso” e as pessoas expulsas dos Estados Unidos são antipetistas declarados, mas o SUS e os direitos humanos servem para todas as pessoas. O ódio, disseminado pelo fascismo, não contaminou o PT, nem os integrantes do governo do presidente Lula. O “coiso” e seus seguidores vão responder pelas ações contra a democracia, e devem ser punidos. A (improvável) impunidade dos golpistas seria contra a defesa dos direitos humanos.
Empresas e empresários sempre buscam aumentar seus lucros, através da invasão de terras pertencentes aos povos tradicionais, com a monocultura e com o desmatamento. O avanço da “emergência climática”, no entanto, agravou um problema, que já existia, e provocou uma aliança entre empresários e negacionistas. A ideia (estúpida) de atribuir a culpa da degradação ambiental a todas as pessoas, sempre poupou interesses empresariais, mas, ao se aliar ao negacionismo, também nega o bom senso mais elementar. O capitalismo, deliberadamente, destrói o meio ambiente e ignora a “emergência climática”. A luta pela preservação ambiental, portanto, é essencialmente anticapitalista.
As atitudes insanas e as manifestações de ódio têm adeptos e seguidores. Planos e desejos da morte, desgraçadamente, contam com a aprovação de algumas pessoas. As mentiras, propagadas pelo fascismo, podem ser atribuídas à desinformação e à falta de conhecimento, mas o ódio gratuito, infelizmente, é amplificado quando a pessoa já carrega esse sentimento; e a insanidade, por outro lado, é reveladora de uma espécie de desvio de caráter. Para enfrentar essa realidade difícil, é urgente a disseminação da solidariedade e da igualdade. Além de restabelecer a verdade, é essencial defender, também, a implantação de outra sociedade. O capitalismo é a raiz do ódio e da insensatez.
O fascismo se dedica a defender o perdão para os golpistas, e isso deve ser enfrentado com as demandas e reivindicações da maioria da população. Ocupar as ruas e praças, para defender a democracia e exigir a punição dos golpistas, deve acontecer, juntamente com a defesa da correção da tabela do IR, para isentar quem ganha até R$ 5 mil; da redução da jornada de trabalho, para conquistar a semana de 36 horas, e acabar com a escala 6x1; e do esforço de eliminar os impostos da cesta básica, para baratear os preços dos alimentos. Isso, de certa forma, já vem acontecendo, mas, ainda, de forma isolada e corporativa. Democracia é comida na mesa.
O fascismo brasileiro escolheu, desde muito tempo, o caminho da provocação. A manifestação pública de domingo é mais uma demonstração da escolha insana. Os xingamentos, dirigidos às instituições, têm o objetivo de provocar um enfrentamento que, na visão deles, tornaria inevitável a intervenção militar. Não existe sinal de que o projeto deles seja votado no parlamento, e lhes restou a alternativa (estúpida) de provocar. A esquerda e os progressistas, por outro lado, decidiram apostar no devido processo legal. Para sepultar o golpismo, teremos sangue frio para defender a democracia, e para seguirmos com a implantação de políticas públicas de inclusão social.
A combinação gastronômica absurda, dita em inglês, tomou conta das redes sociais, nesta segunda-feira, e resume o diálogo com a ignorância e com a completa ausência de bom senso. A situação é mais grave do que parece. Está acontecendo uma tentativa deliberada de comunicação com uma parcela da sociedade, totalmente desprovida de qualquer conhecimento básico. Marqueteiros profissionais (muito bem remunerados), dialogam com parte da população, através do “coiso”, e por meio de outras figuras públicas fascistas. Muito mais do que aprovar qualquer projeto, querem criar um clima de conflagração que justifique o golpe. Ditadura Nunca Mais!
O ato político deste domingo, na Avenida Paulista, é mais uma demonstração da exaltação da ignorância, promovida pelo fascismo. O esforço, deliberado, para mostrar atitudes ridículas como interessantes, está perto do exagero, e conta com a conivência e a cumplicidade dos meios de comunicação. É evidente que, para os socialistas e para as forças políticas progressistas, a eleição de 2026 é muito importante. Barrar o avanço do fascismo é, antes de tudo, uma solução de bom senso. Mas, sobretudo, além de nos ocuparmos com a próxima eleição, devemos, também, ampliar esforços para a preservação da vida, e para a sobrevivência das próximas gerações.
Ontem, ao receber a informação da morte do João Gomes, o Tiãozinho (presidente do PT de Santo Amaro) constatou que “estamos ficando velhos”. É inegável reconhecer que há uma geração de militantes que está indo embora. Pessoas, que se conheceram em manifestações e em reuniões, passaram a se encontrar em velórios e hospitais. Os encontros, além dos óbvios momentos de tristeza, também servem para homenagear as pessoas que estão indo embora, para celebrar a memória dos que partiram, e para renovar compromissos com a construção do futuro de igualdade. Somos mais fortes, nas tragédias, porque reforçamos as certezas de que não estamos sozinhos, e de que a história é eterna.
Ontem, ao receber a informação da morte do João Gomes, o Tiãozinho (presidente do PT de Santo Amaro) constatou que “estamos ficando velhos”. É inegável reconhecer que há uma geração de militantes que está indo embora. Pessoas, que se conheceram em manifestações e em reuniões, passaram a se encontrar em velórios e hospitais. Os encontros, além dos óbvios momentos de tristeza, também servem para homenagear as pessoas que estão indo embora, para celebrar a memória dos que partiram, e para renovar compromissos com a construção do futuro de igualdade. Somos mais fortes, nas tragédias, porque reforçamos as certezas de que não estamos sozinhos, e de que a história é eterna.
A situação da região metropolitana de São Paulo faz parte, todos os dias, do noticiário sensacionalista da TV. As notícias são suficientes, por exemplo, para que as pessoas passem a defender a não utilização de câmaras corporais por militares que, logo em seguida, fazem parte do discurso do governador turista. Não é difícil encontrar, em bairros da periferia, defensoras e defensores da pena de morte. O que pode se contrapor, a essa ofensiva fascista, é a divulgação massiva de inúmeras iniciativas culturais e de solidariedade, mas isso nunca vai aparecer, com destaque, no noticiário. Caberá, sempre, às pessoas dedicadas a lutar por um mundo melhor, a disseminação de boas notícias.
Na resistência à ditadura, implantada pelo golpe de 1964, e aprofundada com a edição do AI-5, em 1968, muitas pessoas, sob tortura, confessaram assaltos a bancos. A situação gerou, nas ruas, a palavra de ordem “anistia ampla, geral e irrestrita” e, ao mesmo tempo, criou a figura jurídica denominada “crimes conexos”. Sem isso, por exemplo, o capitão Lamarca seria, somente, um criminoso comum. Os golpistas de 8 de janeiro de 2023 devem ser punidos exemplarmente (assim como todos os seus mandantes, incentivadores e financiadores), mas o uso da palavra “anistia” pode ter o duplo papel de perdoar inimigos da democracia de agora, e de apagar figuras emblemáticas da nossa história.
A inelegibilidade do "coiso", e sua provável prisão, estão produzindo um deslocamento de apoios para o atual governador de São Paulo. O posicionamento antipetista é evidente, na mídia tradicional e no mercado financeiro, e Tarcísio de Freitas já se prepara para conseguir os votos que podem transformá-lo em presidente da república.